sábado, 22 de maio de 2010

“Considerações sobre -Dom Quixote: entre o antigo e o moderno”

Antes da modernidade as pessoas aprendiam enquanto viviam, ou seja, não havia manuais para se aprender viver. A obra Dom Quixote, é um retrato da modernidade, pois assim como a sociedade moderna, cria modelos que mostram como deve ser a vida do “cavaleiro andante”, assim como os padrões modernos, modelo este que deve funcionar com perfeição.
O homem, individualista, utilitário, interesseiro, gerado pela modernidade, perdeu as referências de moralidade, humanidade e felicidade. Imerso no processo de acumulação sem fim e sem finalidade, perdeu a si mesmo. Perdendo assim, a referência do outro, do sentido de dever para consigo mesmo e para com o outro. A principal necessidade desse homem passou a ser projetada, detalhadamente projetada para que não haja nenhuma falha e a sociedade seja perfeita.
Essa modernidade em Dom Quixote foi muito bem retratada na letra da música Dom Quixote, uma composição de Humberto Gessinger e Paulo Gauvão, que diz:

“Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça
Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.
Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas
Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas”