segunda-feira, 5 de março de 2012

Chanson de Roland

Rolando, é um personagem da literatura medieval, inspirado num obscuro conde que viveu no século VIII, que segundo a lenda foi sobrinho do Imperador Carlos Magno e morreu heróicamente numa batalha contra os Mouros na Peninsula Ibérica. As histórias sobre Rolando sao objeto de inumeras obras literárias  dentre as mais conhecidas o poema épico Chanson de Roland datada do seculo XII.

As lendas que se desenvolveram ao redor de Rolando estão relacionadas com um personagem real, um tal conde Hruodland vassalo de Carlos Magno e prefeito da Bretanha, que participou da campanha militar em 778.

A destruição da retaguarda e a morte de Rolando passaram a ser material para os poemas cantados pelos jograis medievais, num contexto em que Carlos Magno era lembrado como o imperador que livrou várias campanhas contra os povos pagãos da Europa, como os saxões e os muçulmanos ibéricos. Nos séculos seguintes, as histórias sobre Rolando e as campanhas de Carlos Magno inspiraram a literatura da época.

“Então Rolando sentiu que perderia a vida/ Ele se ergue, faz todo o esforço que pode/ a cor do sua face se fora...Então Rolando sente que o seu tempo terminou/ Ele lá está, no alto cume que se volta para a Espanha/ ele bate no peito com uma mão: Deus perdoe-me em nome das tuas virtudes, por meus pecados, grandes e pequenos, todo os que eu cometi desde a hora do meu nascimento até esse momento em que estou para ser batido.” Chanson de Roland, CLXXIV
A imaginação do romantismo cavalheiresco, era bastante fértil, o que fez com que a Chanson de Roland  fosse inflamada com episódios e personagens de ficção. Até um pérfido traidor foi incluído: Ganelon, um invejoso, o imaginado sogro de Rolando que o traiu para os árabes. A famosa canção de gesta divide-se em dois momentos: no primeiro deles, citado acima, e o que nos revelará um pouco sobre o pensamento medieval, descreve a resistência de Rolando em Roncesvalles, quando perde Veillantif, o seu corcel, e vê tudo perdido, tentando inutilmente quebrar a sua espada Durindana, golpeando-a numa rocha para não deixá-la cair nas mãos dos inimigos. O intrépido cavaleiro morre heroicamente. Num segundo momento,  narra a vingança de Carlos Magno apresentando como a imagem de um poderoso patriarca, ideal do soberano universal, eleito por Deus e guiado por ele. Além de expor a traição de Ganelon (executado depois de uma justa, obedecendo o costume da Lei de Deus), Carlos Magno põe a correr os árabes (a participação dos bascos cristão na batalha de Roncesvalles e na morte de Rolando foi suprimida). Recolhe então o cadáver de Rolando e retorna para o seu palácio imperial em Aix-la Chapelle, para consolar a bela Aude, a dama amada do sobrinho defunto.

Não se sabe quanto à veracidade da história, entretanto parece ser verdadeira, pois, era cantada pelos Cavaleiros quando iam para as grandes batalhas. O que devemos considerar é que a Chanson de Roland nos apresenta claramente um pouco do pensamento medieval, com seus ideais de cavaleiros, com todo o romantismo apresentado, a superioridade do Rei e a Fé em Deus.