terça-feira, 11 de agosto de 2009

Epopéia Latina: Eneida de Virgílio

A Eneida, é ser uma poesia encomendada com a finalidade de exaltar o poder de Augusto, inaugura a possibilidade de constituição da épica, tendo como meio a escrita e, ainda, tendo por trás de si uma tradição literária.
Constituída por 12 cantos, a épica virgiliana trata da fundação de Roma e tem como personagem principal Enéias, guerreiro troiano que foi incumbido pelos deuses de fundar a nova Tróia: Roma. Em sua saga, Enéias percorre um longo caminho até a chegada à região do Lácio, percurso que, do ponto de vista da estrutura do poema, dura exatamente os seis primeiros cantos. E, assim, ao chegar ao local que lhe fora determinado, age, seguindo sua sina, empreendendo guerras de conquista: afinal, é um herói e, como tal, está predestinado a combater. E essa ação heróica percorre os seis cantos finais da epopéia.
O desenrolar do enredo segue a proposição do poema, pois, diz Virgílio logo no primeiro verso: “As armas e o homem canto”, e isto significa que o poema tratará, de um lado, das desventuras de Enéias (homem) e, de outro, das campanhas bélicas empreendidas por ele (armas).
Vale lembrar que, para os poetas romanos, a imitação é fundamental, portanto não seria possível produzir um texto épico que desconsiderasse Homero. E o poeta, estabelece a conexão de seu poema com a tradição; afinal de contas, as desventuras do herói relacionam-se com o seu vagar pelo Mar Mediterrâneo, exatamente aquilo que ocorre na Odisséia, quando Ulisses é posto a realizar tarefas semelhantes até conseguir chegar aos braços de Penélope, sua fidelíssima esposa. Já a segunda parte do texto está ligada a outro poema homérico (Ilíada), uma vez que o suporte é a guerra.

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